terça-feira, 22 de agosto de 2017

De Stijl



    Inicialmente, caros leitores, “De Stijl” é o nome da revista em que se discutiam as perspectivas de Theo van Doesburg (1883 –1931) e Piet Mondrian (1872 – 1944) sobre arte. Esse termo é holandês e significa “O Estilo”.
  Theo era um artista multifacetado, o que significa que ele possuía características variadas e peculiares em seus trabalhos. Ele se expressava principalmente por meio da pintura e da poesia. Já Piet se tornou o principal representante do movimento na área da pintura. As ideias desses artistas colocavam radialmente a forma das artes plásticas. Eles acreditavam, especialmente, que a arte deveria conciliar as grandes polaridades da vida – “Natureza e Intelecto”.
  Esse movimento artístico estava entre as vanguardas do século XX e foi chamado de Neoplasticismo ou Arte Geométrica, como também ficou conhecido. Assim como todo tipo de vanguarda, seu período de maior atividade foi bastante curto, indo de 1917 a 1919. Enquanto outras frentes vanguardistas, como o cubismo e o futurismo, deformavam os objetos representados, o neoplasticismo contestava a própria ideia de forma e de cor em arte. Tal contestação refletia-se na opção deliberada pelas formas geométricas mais elementares: as linhas, os pontos, os quadrados e os círculos; e, também, pelas cores primárias (azul, vermelho e amarelo), além do preto, cinza e branco, como acentua o historiador da arte Stephen Farthing: 
     “O termo "neoplasticismo" é inseparável do De Stijl, pois definia a abordagem do grupo, segundo a qual a colaboração estava limitada às três cores primárias acrescidas de preto, branco e cinza, e os elementos composicionais se limitavam as linhas horizontais e verticais, bem como superfícies
retangulares. Além disso, equilíbrio e harmonia – a essência do design De Stijl – não deveriam recorrer à simetria. Essas regras nem sempre eram respeitadas, mas os elementos composicionais definiram um estilo que prosseguiu até muito depois da saída de Mondrian do grupo, em 1923”.
    As pinturas dos artistas neoplasticistas são tão semelhantes que, em determinado período da produção do grupo, a autoria de cada permaneceu quase que indistinguível. Essa arte também pode ser associada ao abstracionismo (movimento também vanguardista, onde é feito o uso de linhas, cores e formas desconstruídas para representar a realidade) ou pode ser encarado como uma de suas variações radicais, tal como o suprematismo soviético, representado sobretudo pelo ucraniano Malevich. A arquitetura modernista da virada do século XIX para o XX, na qual se enquadram os projetos de Le Corbusier e da Escola Bauhaus, foram assimilados para os princípios do Neoplasticismo. Além de Doesburg e Mondrian, outro grande pintor desse seguimento artístico foi Bart van der Leck. Na escultura, o movimento teve o emblemático Georges Vantongeloo, que transpôs para figuras tridimensionais o conceito neoplasticista.



Influências do De Stijl no Brasil:









Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo, SP




Outros artistas influentes do movimento:

Gerrit Rietveld (Utrecht, 1988 – 1964):
arquiteto e designer de produto neerlandês.

Piet Zwart (Zaadijik, 1885 – Wassenaar, 1977):
fotógrafo, tipógrafo e designer industrial.

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