terça-feira, 22 de agosto de 2017

Art Déco



     Com caráter decorativo, influenciando na arquitetura, design de interiores, desenho industrial, artes visuais, moda, pintura, artes gráficas e até mesmo no cinema, a Art Déco (abreviação de uma expressão francesa: “arts décoratifs”, em português, “artes decorativas”) é um movimento artístico que surgiu na Europa na década de 1920 e, em seguida, na década de 1930, chegou aos Estados Unidos e outros países.
      Mesmo com o movimento de design possuindo raízes em intenções ligadas a filosofia e a política, ele passou um tanto despercebido, contudo se tornou uma mudança dentro da decoração, visto de forma elegante, funcional e ultramoderno para o seu tempo. No ano de 1925, ocorreu em Paris o que podemos chamar de auge da Art Déco, na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas. Em um primeiro momento, o movimento de Art Déco era visto como um estilo mais luxuoso, tendo o uso de materiais como o marfim e a jade. Nessa período, a Art Déco ficou muito ligada aos anseios artísticos da burguesia européia.
      Para a sociedade em geral, o movimento da Art Déco criou design para edifícios, esculturas, jóias, iluminarias e móveis, todos geometrizados, abusando de base simples, porém, trazendo um ar de modernidade, com concreto (betão), armado e compensado de madeira e, em alguns casos, ganhando ornamentos em bronze, mármore e prata.

Características:

- Linhas circulares ou retas estilizadas;
- O uso exagerado de formas geométricas;
- Design abstrato;
- Formas femininas e de animais são muito utilizadas;
- Influência do futurismo, cubismo e do construtivismo no design;
- Influência forte na arquitetura.

Na América do Sul, especialmente no Brasil, o movimento surgiu no final da década de 1920, também influenciando em sua arquitetura, construções. Por exemplo: o Elevador Lacerda em Salvador, o Teatro Carlos Gomes, e a Central do Brasil, localizados no Rio de Janeiro, o Viaduto de Chá e o Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Um dos principais artistas modernista no Brasil foi o escultor Victor Brecheret.









Elevador Lacerda - Salvador, Bahia





Teatro Carlos Gomes - Blumenau, Santa Catarina 






Os principais artistas do movimento:

Ernst Ludwig Kirchner (Aschafemburgo,
Alemanha, 1880 – Davos, Suíça, 1938): pintor.

Fritz Bleyl ( Zwickau, 1880 -  Bad Iburg,
Alemanha, 1966): designer gráfico.

Sônia Delaunay (Hradyzk, Ucrânia, 1885 –
Paris, França, 1979): estilista francesa.

De Stijl



    Inicialmente, caros leitores, “De Stijl” é o nome da revista em que se discutiam as perspectivas de Theo van Doesburg (1883 –1931) e Piet Mondrian (1872 – 1944) sobre arte. Esse termo é holandês e significa “O Estilo”.
  Theo era um artista multifacetado, o que significa que ele possuía características variadas e peculiares em seus trabalhos. Ele se expressava principalmente por meio da pintura e da poesia. Já Piet se tornou o principal representante do movimento na área da pintura. As ideias desses artistas colocavam radialmente a forma das artes plásticas. Eles acreditavam, especialmente, que a arte deveria conciliar as grandes polaridades da vida – “Natureza e Intelecto”.
  Esse movimento artístico estava entre as vanguardas do século XX e foi chamado de Neoplasticismo ou Arte Geométrica, como também ficou conhecido. Assim como todo tipo de vanguarda, seu período de maior atividade foi bastante curto, indo de 1917 a 1919. Enquanto outras frentes vanguardistas, como o cubismo e o futurismo, deformavam os objetos representados, o neoplasticismo contestava a própria ideia de forma e de cor em arte. Tal contestação refletia-se na opção deliberada pelas formas geométricas mais elementares: as linhas, os pontos, os quadrados e os círculos; e, também, pelas cores primárias (azul, vermelho e amarelo), além do preto, cinza e branco, como acentua o historiador da arte Stephen Farthing: 
     “O termo "neoplasticismo" é inseparável do De Stijl, pois definia a abordagem do grupo, segundo a qual a colaboração estava limitada às três cores primárias acrescidas de preto, branco e cinza, e os elementos composicionais se limitavam as linhas horizontais e verticais, bem como superfícies
retangulares. Além disso, equilíbrio e harmonia – a essência do design De Stijl – não deveriam recorrer à simetria. Essas regras nem sempre eram respeitadas, mas os elementos composicionais definiram um estilo que prosseguiu até muito depois da saída de Mondrian do grupo, em 1923”.
    As pinturas dos artistas neoplasticistas são tão semelhantes que, em determinado período da produção do grupo, a autoria de cada permaneceu quase que indistinguível. Essa arte também pode ser associada ao abstracionismo (movimento também vanguardista, onde é feito o uso de linhas, cores e formas desconstruídas para representar a realidade) ou pode ser encarado como uma de suas variações radicais, tal como o suprematismo soviético, representado sobretudo pelo ucraniano Malevich. A arquitetura modernista da virada do século XIX para o XX, na qual se enquadram os projetos de Le Corbusier e da Escola Bauhaus, foram assimilados para os princípios do Neoplasticismo. Além de Doesburg e Mondrian, outro grande pintor desse seguimento artístico foi Bart van der Leck. Na escultura, o movimento teve o emblemático Georges Vantongeloo, que transpôs para figuras tridimensionais o conceito neoplasticista.



Influências do De Stijl no Brasil:









Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo, SP




Outros artistas influentes do movimento:

Gerrit Rietveld (Utrecht, 1988 – 1964):
arquiteto e designer de produto neerlandês.

Piet Zwart (Zaadijik, 1885 – Wassenaar, 1977):
fotógrafo, tipógrafo e designer industrial.